segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Funeral de Auril

         Olá caros leitores! Saímos limbo com um breve conto para vocês, é sobre o que está rolando na nossa campanha atual, escrevi esse texto após a última sessão de jogo em que uma das personagens morreram.
          O conto narra de maneira difusa os últimos acontecimentos na vida de Auril e como Ben-Hur se despede dele. Auril fora um bárbaro das terras geladas do norte, e morrera em uma arena, após entrar em fúria e tentar defender a vida e honra de seus aliados.



          Vamos a ele:



Trilha sonora para leitura: http://www.youtube.com/watch?v=tH2w6Oxx0kQ ou dê play abaixo.



           A fogueira crepitava alto, como que para espantar a densa escuridão que cercava o pequeno e melancólico grupo. Neve caia em pequenos flocos, acumulando-se nos ombros dos homens e nos lombos dos animais, todos observando a fogueira, despedindo-se silenciosamente. Ben-Hur abaixou o capuz revelando um rosto jovem, porém tomado de uma fria tristeza. Ele vestia um pesado manto sobre os ombros que escondia boa parte de sua armadura, apenas a frente negra do peitoral estava a vista.

          Ao observar o vermelho das chamas na fogueira, uma lembrança vem a sua mente: "o cheiro de suor, sangue e saibro nas suas narinas e ao seu lado vê seu amigo brandir o machado gigante em uma fúria sem par enquanto gritava: "Justiça! Justiça!". Via tudo mais devagar do que realmente fora: o bárbaro gritando e girando o machado, cortando ao meio um dos guardas e no contra-golpe arrancando a cabeça de outro, apenas instantes antes de arrancar o braço de seu último adversário. Ben-hur ainda olhava com cautela para Auril quando John gritou chamando sua atenção para os arqueiros nas amuradas acima, ele saca o escudo e puxa o bárbaro pelo braço, iniciando uma corrida até a saída mais próxima dali, uma pequena escada marinheiro. O resto acontecera tão rápido, as chuvas de flechas, Auril caindo, ele e John o carregando seu corpo cravejado de flechas pela cidade até a taverna e depois a fuga pelo portão sul."

           Um estouro alto de uma das achas mais grossas de lenha traz Ben de volta para realidade, ele olha para o corpo de seu amigo postado gentilmente sobre as chamas que agora começavam a queima-lo. Vestia sua armadura e suas armas, exceto pelo grande machado que ficou perdido na arena enquanto fugiam. O guerreiro olhou em volta para seus companheiros e pensou: "É Hora." 

          Ben-hur levanta sua voz, falando para o vento.

          - Oh Poderoso Torm! Transforme essa fogueira em uma tocha, em um guia nos caminhos pós-vida de Auril. Ele que morreu defendendo o que acreditava ser a justiça em seu coração e não há morte mais honrosa. Auril tinha maneiras e gostos simples mas deu sua vida combatendo a corrupção podre dos homens e por isso rogo a ti, meu senhor, que zele por sua alma. - A voz de Ben fica pesada e embargada próxima ao fim da frase, ele suspira e acrescenta em uma voz mais baixa. - Adeus amigo, vingarei sua morte destruindo com a corrupção daquele lugar...

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